Durante a Bienal do Livro 2009 no Rio de Janeiro, participei de uma palestra promovida pela APPAI Rio, na qual contou com ninguém mais ninguém menos que o mestre das inteligências múltiplas no Brasil, professor Celso Antunes, como palestrante.
A seguir apresento um pequeno relatório daquilo que pude ouvir e absorver neste importante evento para nós educadores.
Inteligências Múltiplas (Professor Celso Antunes)
Descobertas científicas realizadas a partir da década de 90 contribuíram e veem contribuindo para a educação.
Através destas descobertas, hoje sabemos que o cérebro não possui uma única inteligência como amplamente defendido em décadas passadas, e sim múltiplas inteligências, o que trouxe uma nova luz e novos caminhos para a humanidade.
Cinco tópicos são alicerces que norteiam a sustentação dos estudos do professor Celso Antunes sobre a inteligência humana. São eles:
1)Neuroplasticidade
O cérebro humano é dotado de neuroplasticidade, ou seja, é plástico. Ao contrário dos demais membros do corpo humano (como braço), o cérebro possui o poder e recomposição, de refazer-se.
Se o cérebro humano não fosse dotado de neuroplasticidade, as inteligências não seriam estimuláveis. Por esse motivo, exercícios periódicos podem aumentar a capacidade cerebral, tornando-nos pessoas mais inteligentes.
2)Diversidade
O cérebro humano possui um elenco de inteligências estimuláveis.
Exemplo 1: Garrincha era estereotipado de sujeito sem inteligência, porém de grande habilidade com a bola. Sua inteligência era motora.
Exemplo 2: O professor Celso Antunes mencionou que fora palestrar em uma instituição de ensino. No intuito de prestar uma homenagem ao convidado, a equipe de docentes local selecionou um aluno para que o mesmo declamasse um belo poema previamente decorado e que presenteasse o professor com um também belo desenho.
Acometido por grande expectativa, ansiedade e responsabilidade, o aluno, atropelado pelas suas emoções acabou por esquecer-se das palavras a serem recitadas entregando tão somente a gravura ao professor.
Tal ato do aluno, mesmo indo de encontro ás expectatias outrora nele depositadas, surtiram grande emoção no professor.
Este é um exemplo de inteligência emocional.
A quantidade de inteligências é variável e não calculável pois suas
denominações podem desmembrar-se segundo critério de cada teórico. Gardner por exemplo, cita 8: a inteligência linguística, a musical, a lógico-matemática, a espacial, a cinestésica. a interpessoal, a intrapessoal e mais recentemente, a espiritual. Daí vem a importância de não ater-se á classificação das inteligências.
3)Custo / dificuldades
Estimular a inteligência humana é difícil? Custa caro? Posso estimular da mesma forma uma pessoa rica e outra pobre?
Segundo o professor Celso Antunes, a diferença social jamais será impedimento para o estímulo da inteligência. Isso se dará adequando o estímulo ás necessidades e realidade de cada indivíduo.
4)É possível estimular inteligências em qualquer idade? A plasticidade humana tem limites?
É possível estimular a inteligência humana desde a 24ª semana de gravidez até a velhice (80 anos. Desde que o idoso não seja acometido pelo mal de alzheimer).
5)Não há possibilidade de estimular o cérebro humano com exercícios abordados de maneira eventual. A repetitividade, a constância são essenciais para um bom resultado.
Para exercitar o cérebro, 10 a 15 minutos diários ou alternados, são o suficiente.
Estimular a inteligência não é tornar alguém mais sabido e sim mais apto.O estímulo deve ser um trabalho paralelo aos conteúdos e preferencialmente realizado na idade apropriada. Se uma criança for estimulada á leitura entre seus 5 e 7 anos, ela chegará ao Ensino Médio mais apta, se o contrário ocorrer, ela for estimulada em idade avançada, ela também terá bons resultados, contudo não será uma atleta olímpica na leitura.
Para isso a importância de pais, responsáveis e educadores estimularem, desde a tenra idade, as mais diversas capacidades e inteligências de suas crianças.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Dicas, críticas, sugestões? Poste aqui seu comentário!